sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Isto é o Natal!

Não sei ao certo se eu "penso, logo existo" ou se "existo, logo penso"!

Uma coisa é certa: eu existo... e penso também! Mas não existo sozinho: existe um imenso universo ao meu redor com várias galaxias, estrelas, planetas, países, pessoas, animais, plantas e tudo mais. Como entender tudo isso? Certa vez, Einstein disse: "Tente penetrar, com os nossos meios limitados, os segredos da natureza. Você vai descobrir que, por trás de todas as concatenações discerníveis, há algo sutil, intangível e inexplicável." (Revista Galileu - Ed.196 - Nov/2007)

E nesta época do ano - Dezembro - comemoramos um evento grandioso que mudou toda a história da humanidade e nos ajuda a entender a razão da nossa existência. Este foi o evento grandioso que comemoramos: "nasceu para nós hoje um menino, um filho nos foi dado." (Is 9, 5)

Aquilo que existia antes do cosmos e que depois sempre esteve em comunicação conosco - pelo menos sempre quis se comunicar conosco - viu que apenas confiando em nossas potencialidades não seríamos capaz de nos comunicarmos com Ele. Por isso, na plenitude dos tempos, Ele enviou seu filho, que "se fez carne e habitou entre nós" para que assim Ele pudesse nos conduzir para o seu plano de amor. "Foi Ele que abriu o seu Céu e se abaixou para conduzir o homem ao abismo de seu amor." (Bento XVI - catequese 05/12/12)

Este evento aconteceu há mais de 2000 anos e até hoje somos convidados a refletir nossa existência com base neste evento. Assim, este evento que todos os anos comemoramos e festejamos nos ajuda a pensarmos em nossas existências e a compreender a razão de existir!

Este evento é o Natal!

Isto é o Natal: o nascimento deste menino que veio nos conduzir para o seu plano de amor deixando um ensinamento fundamental: "amai-vos uns aos outros como Eu vos amei." (Jo 13, 34)

E como ele nos amou? Se doando por nós numa cruz!

Porem a cruz não o venceu.

Ele vive e quer que todos nós tenhamos vida plena, pois Ele disse: "eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância"! (Jo 10, 10)

Isto é o Natal: o maior evento de todos os tempos que ainda hoje nos ajuda a refletirmos nossa existência em meio a tudo o que existe e a buscarmos esta vida em abundância na certeza de que um dia viveremos para sempre com Ele.

Não dá para ignorar este grande evento mesmo quando querem nos desviar do verdadeiro significado do Natal. Por dois anos consecutivos recebi no meu emprego um cartão de 'fim de ano' onde não existia a expressão Feliz Natal! O Feliz Natal foi substituído pelo "boas festas"! Festas? O que estamos festejando afinal?

Não nos esqueçamos: comemoramos o nascimento do menino Jesus!

Isto é o Natal!




Um feliz e santo Natal a todos e um excelente Ano Novo!
Marcelo.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

O desastre do controle da natalidade no Brasil.


 


Em 1950, a taxa de natalidade no Brasil era de 6,2 filhos por mulher; em 1970 baixou para 4,7; em 1990 caiu para 2,6; em 2010 caiu para 1,8 e em 2010 será de 1,7 filhos  por mulher [1].
Este comportamento é extremamente negativo para o Brasil. Enquanto o Japão tem 330 pessoas por km quadrado, o Brasil tem apenas 20; e o Japão é muito mais evoluído, justo socialmente e não tem os problemas sociais que temos. Gente de menos não resolve nenhum problema social.
O Editorial da Folha de SP de 16/11/2012 [2], diz: “Projeções demográficas ameaçam o crescimento do PIB apoiado na absorção de mão de obra; atrair imigrantes é uma alternativa a considerar”.
Quer dizer, o Brasil, precisa contratar imigrantes para dar conta do trabalho. A matéria da Folha diz que o ritmo crescente de  incorporação de trabalhadores dificilmente continuará por causa da queda drástica da natalidade no país.
Diz o Jornal que: “A população em idade de trabalhar começará a declinar no país por volta de 2030 – quando terá atingido o auge de 150 milhões. O padrão de crescimento do PIB baseado na absorção de mão de obra disponível está, portanto, ameaçado”. A solução será buscar imigrantes na Europa, em países sul americanos e caribenhos.
Falando desse problema, o secretário da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) disse (14/11/2012- Agência Ecclesia) que a baixa taxa de natalidade no país coloca um problema de “sobrevivência” ao seu povo, pedindo mudanças políticas que favoreçam as famílias. O porta-voz do episcopado, padre Manuel Morujão, comentando os dados da Organização das Nações Unidas que indicam que em Portugal nascem apenas 1,3 filhos por cada mulher, fala em problema de “sobrevivência de um povo”. “Esses números são um alerta à consciência social de todos, particularmente de quem nos governa”. E acentuou que este não é um “assunto marginal”, mas “um problema de subsistência, de sobrevivência, e de uma cultura altruísta que é preciso também implementar”. “Se eu penso só no meu conforto e no meu bem-estar social, certamente irei na linha dessas políticas, que são de retrocesso, de andar ao contrário da história”, alertou o sacerdote jesuíta.
O porta-voz da Conferência dos Bispos de Portugal, destacou as consequências deste “inverno demográfico” no próprio Estado Social. “Os serviços de saúde, de previdência social colapsarão porque será um pequeno número de pessoas a trabalhar para uma imensa população que está aposentada”, observou.
Nesse sentido, o padre Manuel Morujão defendeu a necessidade de implementar medidas que “facilitem e não dificultem que os casais possam ter filhos, e não apenas um”.
É lamentável que os problemas da vida sejam resolvidos com a ótica pobre, egoísta e comodista de eliminar a própria vida; e impedi-la de existir.
O Brasil tem espaço sobrando, terra em abundância, água à vontade, sol o ano inteiro e chuva em abundância, além de ter um subsolo riquíssimo com metais nobres e caros, muito petróleo, etc. O Japão, que nada disso tem, está fazendo campanha para aumentar a natalidade, bem como os países da Europa.
O povo brasileiro, que pouco ou nada entende de demografia e seus efeitos, ainda não percebeu o perigo deste controle drástico da natalidade, que a Igreja tanto condena. A Igreja ensina a paternidade responsável; isto é, o casal católico só deve limitar a natalidade dos seus filhos se for necessário. O filho é uma bênção de Deus, e não uma maldição. Diz o Catecismo que “os filhos são o dom mais excelente do Matrimônio e constituem um benefício máximo para os próprios pais” (§ 2378). 
“A fecundidade é um dom, um fim do matrimônio, porque o amor conjugal tende a ser fecundo. O filho não vem de fora acrescentar-se ao amor mútuo dos esposos; surge no próprio âmago dessa doação mútua, da qual é fruto e realização. A Igreja ‘está ao lado da vida’, e ensina que qualquer ato matrimonial deve estar aberto à transmissão da vida” (§ 2366 ).
Não há alegria maior nesta vida do que uma família bem constituída com filhos educados e formados na lei de Deus. O salmo 126 diz com todas as letras: “Vede, os filhos são um dom de Deus: é uma recompensa o fruto das entranhas”. “Feliz o homem que assim encheu sua aljava…” (Sl 126, 3-5).
Prof. Felipe Aquino

terça-feira, 27 de novembro de 2012

FAÇA ALGUMA COISA PELA VIDA!

Amigos e amigas...

O Pe. Lodi reforça sempre a importância de nos manifestarmos frente aos absurdos que nosso governo se propõe fazer. Não fiquemos calados, façamos algo pela vida! Veja como seguindo as instruções do próprio Pe. Lodi.

Abraços,
Marcelo.

NÃO PEQUEMOS POR OMISSÃO

“A omissão é o pecado que com mais facilidade se comete, e com mais dificuldade se conhece; e o que facilmente se comete e dificilmente se conhece, raramente se emenda. A omissão é um pecado que se faz não fazendo”
(Pe. Antônio Vieira, Sermão da Primeira Dominga do Advento na Capela Real, ano de 1650, VI).

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Anápolis: a cidade vermelha.

Amigos que acompanham este blog.

Vale a pena acompanhar e divulgar o maravilhoso trabalho do Pe. Lodi em favor da vida. Site: http://www.providaanapolis.org.br/

A partir de hoje começarei a disponibilizar os conteúdos do Pe. Lodi neste blog.

Boa leitura!

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Anápolis: a cidade vermelha
(por enquanto, o vermelho está apenas na tinta)
Em 1966, o líder do Partido Comunista Chinês, Mao Tsé-tung, iniciou na China uma campanha chamada “Revolução Cultural”, destinada a combater os seus opositores de dentro do Partido. Grupos de jovens conhecidos como “Guarda Vermelha”, tendo nas mãos o “Livro Vermelho” (coletânea de citações de Mao), atacavam todos os suspeitos de deslealdade política ao regime. Fábricas e universidades foram fechadas, professores foram espancados, intelectuais tiveram que trabalhar no campo. As cores dos semáforos foram invertidas: parava-se no sinal verde e avançava-se no sinal vermelho.
* * *
Em 2008, pela primeira vez o município de Anápolis elegeu um prefeito do Partido dos Trabalhadores (PT): Antônio Roberto Otoni Gomide. Em seu mandato de 2009 a 2012, a cidade foi pintada de vermelho. As fachadas das repartições públicas, o uniforme dos funcionários, os brinquedos das praças, as luminárias dos postes, as lixeiras dos parques, os ladrilhos das calçadas, as placas de sinalização, tudo passou a exibir a cor do PT. Quanto aos sinais de trânsito, ao menos por enquanto eles não foram invertidos. No entanto, uma tarja vermelha passou a cobrir a haste vertical dos novos semáforos.
Essa decisão de avermelhar a cidade tem um significado preciso: Anápolis pertence ao PT. É ao PT que o cidadão anapolino deve agradecer quando vê qualquer obra pública. O povo não deve pensar no verde-amarelo da bandeira nacional e da bandeira do Estado de Goiás. Deve substituir a reverência à pátria pelo culto a um Partido.
Nos países comunistas, o Estado e o Partido se confundem. Assim ocorre na China e em Cuba. Assim o PT pretende que ocorra no Brasil.  

O vermelho de sangue
Mais assustador do que as ruas, praças e viadutos pintados de vermelho é o perigo de a prefeitura e/ou a Câmara Municipal aprovarem alguma medida para favorecer o aborto.
Convém lembrar, mais uma vez, que o 3º Congresso do Partido dos Trabalhadores (PT), ocorrido entre agosto e setembro de 2007, aprovou a resolução “Por um Brasil de mulheres e homens livres e iguais”, que inclui a “defesa da autodeterminação das mulheres, da descriminalização do aborto e regulamentação do atendimento a todos os casos no serviço público[1].
Convém lembrar ainda que essa resolução pró-aborto deve ser acatada por todos os políticos filiados ao Partido. Para ser candidato pelo PT é obrigatória a assinatura do Compromisso Partidário do Candidato ou Candidata Petista, que “indicará que o candidato ou candidata está previamente de acordo com as normas e resoluções do Partido, em relação tanto à campanha como ao exercício do mandato” (Estatuto do PT, art. 140, §1º[2]). Ou seja:
 
Todo político filiado ao PT é comprometido com o aborto.
 
O PT cobra coerência com esse compromisso. Se um político contrariar uma resolução como essa, que apoia o aborto, “será passível de punição, que poderá ir da simples advertência até o desligamento do Partido com renúncia obrigatória ao mandato” (Estatuto do PT, art. 140, §2º). Essa ameaça já foi cumprida. Em 17 de setembro de 2009, dois deputados, Luiz Bassuma (PT/BA) e Henrique Afonso (PT/AC) tiveram seus direitos partidários suspensos pelo Diretório Nacional. O motivo alegado é que eles “infringiram a ética partidária ao ‘militarem’ contra resolução do 3º Congresso Nacional do PT a respeito da descriminalização do aborto[3]. Com essa punição, o PT deu uma mensagem clara aos cidadãos brasileiros:
 
“Se você quer militar contra o aborto, não entre no PT”.
 
Com essa mensagem, seria de se esperar que nenhum cristão votasse mais nesse Partido. No entanto, lamentavelmente, em 7 de outubro de 2012, o prefeito Antônio Gomide (PT) foi eleito com 88,93% dos votos válidos. Quanto à Câmara Municipal, houve uma sensível mudança. Hoje apenas uma vereadora pertence ao PT. Dos 23 vereadores eleitos para o próximo mandato, 6 são filiados ao PT. O Partido passou a ter a maior bancada junto à Câmara. Com isso, será muito mais fácil para o PT pôr em prática seus propósitos.
 

Alguns esclarecimentos
Impressionados com a quantidade de obras públicas feitas durante o último mandato – todas elas cuidadosamente pintadas de vermelho – os eleitores de Anápolis decidiram em massa reeleger o atual prefeito petista. Afinal – diziam – o que importa é o candidato, não o partido.
Enganaram-se: segundo o Estatuto do PT, o que importa primeiramente é o partido. “O Partido concebe o mandato como partidário” (art. 70, Estatuto do PT). Desde o pedido de indicação como pré-candidato, o filiado reconhece de modo expresso que “todo mandato eletivo pertence ao Partido” (art. 73, I, Estatuto do PT). Note-se bem o que diz o Estatuto: o mandato do prefeito não pertence aos eleitores que o elegeram; pertence ao Partido dos Trabalhadores! Também o mandato dos vereadores petistas não pertence aos eleitores; pertence ao Partido dos Trabalhadores. Ou seja:
 
Votar em um candidato petista é o mesmo que votar no PT.
E votar no PT é o mesmo que votar no aborto.
 
A imensa maioria dos eleitores não sabe (ou não sabia) disso. O vereador eleito com maior número de votos foi Pedro Mariano (PP), justamente o autor da Proposta de Emenda à Lei Orgânica n. 13 de 2012, que suprimiu da Lei Orgânica do Município de Anápolis (LOMAN) o parágrafo único do inciso X do artigo 228, que previa a prática do aborto pela rede pública de saúde. Maciçamente contrários ao aborto, os anapolinos não sabem que favorecerem o aborto ao elegerem candidatos petistas.
 
Há quem pense que a emenda à Lei Orgânica que suprimiu o aborto foi sancionada pelo prefeito Antônio Gomide. Isso não é verdade. Uma emenda à Lei Orgânica é votada em dois turnos pelos vereadores e, uma vez aprovada, é promulgada pela Câmara Municipal (cf. art. 48, LOMAN). O prefeito não tem parte no processo legislativo. Não pode vetar nem sancionar a emenda.
Se, porém, a aprovação de uma emenda tivesse dependido do prefeito, não será que ele a teria vetado? O motivo teria sido óbvio: a existência de uma lei que favorece o aborto é extremamente cara ao PT. Revogar tal lei seria contrariar as diretrizes do Partido. Em particular, seria contrariar o que foi expressamente resolvido pelo III Congresso Nacional do PT: a descriminalização do aborto e a regulamentação do atendimento a todos os casos no serviço público.
É verdade que o Partido pode dispensar o político de cumprir uma decisão coletiva, quando houver “graves objeções de natureza ética, filosófica ou religiosa, ou de foro íntimo”. Mas isso só “excepcionalmente” (art. 13, XV, Estatuto do PT). Se o Partido disser “não”, o filiado é obrigado a agir contra sua consciência.
Em se tratando da causa abortista, se o prefeito tivesse o poder de vetar uma emenda antiaborto, jamais o Partido o teria dispensado desse “dever”. Se o prefeito, alegando ser católico, insistisse diante da Comissão Executiva do Diretório do PT que não poderia vetar aquela emenda, o Partido teria um argumento irrespondível: “Se você é tão intransigentemente contrário ao aborto, por que se filiou ao PT? Está esquecido do compromisso partidário que assinou e registrou em cartório?”.
Não nos iludamos. Há duas bandeiras irrenunciáveis para o PT e inaceitáveis para o cristão: o homossexualismo e o aborto. Nosso prefeito já manifestou sua adesão à primeira bandeira, promovendo as marchas de “orgulho” (!) homossexual em nossa cidade. Infelizmente, a segunda bandeira poderá manifestar-se no futuro. Então, os que votaram nos candidatos do PT terão motivo de amargo arrependimento. Queira Deus que nas próximas eleições tirem, então, também as necessárias consequências.
Anápolis, 6 de novembro de 2012.
Pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz.
Presidente do Pró-Vida de Anápolis.


[1] Resoluções do 3º Congresso do PT, p. 80. in: http://www.pt.org.br/arquivos/Resolucoesdo3oCongressoPT.pdf
[2] Estatuto do Partido dos Trabalhadores, Redação final aprovada pelo Diretório Nacional em 09/02/2012, in: http://www.pt.org.br/arquivos/ESTATUTO_PT_2012_-_VERSAO_FINAL.pdf
[3] DN suspende direitos partidários de Luiz Bassuma e Henrique Afonso, 17 set. 2009, in: http://pt.jusbrasil.com.br/politica/3686701/dn-suspende-direitos-partidarios-de-luiz-bassuma-e-henrique-afonso

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Bebê nasce sem cérebro e vive milagrosamente por três anos


Fonte: http://www.comshalom.org/noticias/exibir.php?not_id=6992

05-11-2012
Tags: bebê, anencéfalo, milagre
O americano Nickolas Coke nasceu com anencefalia, condição que significa que ele só tinha o tronco cerebral. Enquanto a maioria das crianças com o problema morre pouco tempo depois de nascer, o menino surpreendeu os médicos ao viver por três anos, segundo noticiou o jornal britânico Daily Mail, com informações do KOAA.com, no Colorado.

“Ele nunca foi ligado a qualquer máquina, tubos, nada”, contou a avó do menino, Sherri Kohut. “Ele nos ensinou tudo, ensinou o amor, como ser uma família”, reforçou.

A avó, que estava com Nickolas quando ele morreu, no dia 31 de outubro, contou que o neto parou de respirar depois que teve dificuldades respiratórias ao longo da manhã. Os médicos tentaram reanimá-lo, mas ele não resistiu.

Durante a pequena vida do garoto, a família fez o que pode para ele, levando-o para viagens em zoológicos, acampamentos - apesar de sua condição, que fazia com que tivesse várias convulsões.

Crianças anencéfalas são incapazes e pensar e ter emoções. Nickolas também jamais poderia falar, comer ou andar. Apesar disso, a família acredita que ele estava crescendo, não só fisicamente, como também mentalmente. “Ele era nosso herói. Ele sempre será lembrado”, diz a avó.

No Brasil, a anencefalia atinge 1 a cada 700 nascimentos. Em abril deste ano, uma decisão inédita do Supremo Tribunal Federal concedeu às mulheres grávidas com fetos anencéfalos o direito de interromper a gravidez. Depois da notícia, o Conselho Federal de Medicina formou uma comissão para esclarecer os critérios de diagnóstico da má-formação.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Catequese de Bento XVI - Desejo de Deus - 07/11/2012


Quarta-feira, 07 de novembro de 2012, 12h39


Boletim da Santa Sé
(Tradução: Jéssica Marçal-equipe CN Notícias)



CATEQUESE
Praça São Pedro
Quarta-feira, 7 de novembro de 2012 

Queridos irmãos e irmãs,

O caminho de reflexão que estamos fazendo juntos neste Ano da Fé nos leva a meditar hoje sobre um aspecto fascinante da experiência humana e cristã: o homem traz em si um desejo misterioso de Deus. De modo muito significativo, o Catecismo da Igreja Católica se abre com a seguinte consideração: “O desejo de Deus está inscrito no coração do homem, porque o homem foi criado por Deus e para Deus; e Deus não cessa de atrair para si o homem e somente em Deus o homem encontrará a verdade e a felicidade que busca sem parar” (n. 27).

Uma afirmação tal que também hoje, em muitos contextos culturais, parece bastante aceitável, quase óbvia, poderia parecer um pouco um desafio no âmbito da cultura ocidental secularizada. Muitos dos nossos contemporâneos poderiam afirmar que não sentem por nada um desejo de Deus. Para grande parte da sociedade Ele não é mais o esperado, o desejado, mas sim uma realidade que passa despercebida, diante da qual não se deve nem sequer fazer o esforço de pronunciar-se. Na realidade, aquilo que definimos como “desejo de Deus” não está de tudo desaparecido e parece (si affaccia) ainda hoje, de muitos modos, o coração do homem. O desejo humano tende sempre a determinados bens concretos, frequentemente desejando tudo menos o lado espiritual, e ainda se encontra diante da interrogação sobre o que seja de fato “o” bem, e também a confrontar-se com alguma coisa que é diferente de si mesmo, que o homem não pode construir, mas é chamado a reconhecer. O que pode de fato satisfazer o desejo humano?

Na minha primeira Encíclica, Deus caritas est, procurei analisar como tal dinamismo se realiza na experiência do amor humano, experiência que na nossa época é mais facilmente percebida como momento de êxtase, de saída de si, como lugar onde o homem sabe que é atravessado por um desejo que o supera. Através do amor, o homem e a mulher experimentam de modo novo, um com o outro, a grandeza e a beleza da vida e do real. Se isso que experimentam não é uma simples ilusão, se de fato quero o bem do outro como via também do meu bem, então devo estar disposto a descentralizar-me, a colocar-me ao seu serviço, até a renúncia a mim mesmo. A resposta à questão sobre o sentido da experiência do amor passa também por meio da purificação e da cura do querer, o que é necessário para o próprio bem que se quer ao outro. Precisamos praticar, treinar, também corrigir, para que aquele bem possa verdadeiramente ser desejado.

O êxtase inicial se traduz assim na peregrinação, “êxodo permanente do eu fechado em si mesmo para sua libertação na doação de si, e assim para o reencontro de si, e de fato para a descoberta de Deus” (Enc. Deus caritas est, 6). Através de tal caminho poderá progressivamente aprofundar-se para o homem a consciência daquele amor que tinha inicialmente experimentado. E andará sempre mais tecendo o mistério que isso representa: nem sequer a pessoa amada, na verdade, é capaz de satisfazer o desejo que habita o coração humano, de fato, tanto mais autêntico é o amor pelo outro, tanto mais esse deixa em aberto a interrogação sobre sua origem e sobre seu destino, sobre a possibilidade de que isso há de durar para sempre. Assim, a experiência humana do amor tem em si um dinamismo que leva além de si mesma, é experiência de um bem que leva a sair de si e a encontrar-se diante de um mistério que envolve toda a existência.

Considerações semelhantes poderiam ser feitas também a propósito de outras experiências humanas, como a amizade, a experiência do belo, o amor pelo conhecimento: cada bem experimentado do homem vai em direção ao mistério que envolve o próprio homem; cada desejo que tem vista para o coração humano se faz eco de um desejo fundamental que não é nunca plenamente satisfeito. Sem dúvida de tal desejo profundo, que esconde também algo de enigmático, não se pode chegar diretamente à fé. O homem, afinal, conhece bem isso que não o satisfaz, mas não pode imaginar ou definir isso que o faria experimentar aquela felicidade que traz no coração a nostalgia. Não se pode conhecer Deus a partir somente do desejo do homem. Deste ponto de vista surge o mistério: o homem é buscador do Absoluto, um buscador a passos pequenos e incertos. E, todavia, já a experiência do desejo, do “coração inquieto” como o chamava Santo Agostinho, é muito significativa. Essa nos diz que o homem é, no fundo, um ser religioso (cfr Catechismo della Chiesa Cattolica, 28), um “mendigo de Deus”. Podemos dizer com as palavras de Pascal: “O homem supera infinitamente o homem” (Pensamentos, ed. Chevalier 438; ed. Brunschvicg 434). Os olhos reconhecem os objetos quando estes são iluminados pela luz. Daí o desejo de conhecer a mesma luz, que faz brilhar as coisas do mundo e com isso acende o sentido da beleza.

Precisamos, portanto, acreditar que seja possível também na nossa época, aparentemente tanto refratária à dimensão transcendente, abrir um caminho para o autêntico sentido religioso da vida, que mostra como o dom da fé não é absurdo, não é irracional. Seria de grande utilidade, para tal fim, promover uma espécie de pedagogia do desejo, seja pelo caminho de quem ainda não crê, seja por quem já recebeu o dom da fé. Uma pedagogia que compreende pelo menos dois aspectos. Em primeiro lugar, aprender ou re-aprender o sabor das alegrias autênticas da vida. Nem todas as satisfações produzem em nós o mesmo efeito: algumas deixam um traço positivo, são capazes de pacificar a alma, nos tornam mais ativos e generosos. Por outro lado, depois da luz inicial, parecem desiludir as expectativas que tinham suscitado e por vezes deixam dentro de si amargura, insatisfação ou uma sensação de vazio. Educar desde cedo para saborear as alegrias da verdade, em todos os âmbitos da existência – a família, a amizade, a solidariedade com quem sofre, a renúncia ao próprio eu para servir ao outro, o amor pelo conhecimento, pela arte, pela beleza da natureza – tudo isso significa exercitar o sabor interior e produz anticorpos eficazes contra a banalização e achatamento (l’appiattimento) hoje vigentes. Também os adultos têm necessidade de redescobrir estas alegrias, de desejar a realidade autêntica, purificando-se da medíocridade na qual possam encontrar-se enredados. Então se tornará mais fácil deixar cair ou rejeitar tudo isso que, embora aparentemente atrativo, revela-se sem sabor, fonte de vício e não de liberdade. E isso fará emergir aquele desejo de Deus do qual estamos falando.

Um segundo aspecto, que anda de mãos dadas com o anterior (che va di pari passo con il precedente), é o nunca se contentar com o quanto foi alcançado. As alegrias mais verdadeiras são capazes de liberar em nós aquela preocupação saudável que leva a ser mais exigentes – querer um bem mais alto, mais profundo – e junto a perceber com sempre mais clareza que nada de finito pode preencher o nosso coração. Aprenderemos, assim, a tender, desarmados, para aquele bem que não podemos construir ou adquirir com as nossa forças; a não nos deixar desencorajar pelo cansaço ou pelos obstáculos que vêm do nosso pecado.

Neste sentido, não devemos esquecer que o dinamismo do desejo está sempre aberto à redenção. Mesmo quando ele caminha em caminhos extraviados, quando segue paraísos artificiais e parece perder a capacidade de ansear pelo verdadeiro bem. Mesmo no abismo do pecado não se apaga no homem aquela faísca que lhe permite reconhecer o verdadeiro bem, de saboreá-lo, e de começar assim um percurso de subida, no qual Deus, com o dom da sua graça, não faz nunca faltar a sua ajuda. Tudo, aliás, precisamos percorrer um caminho de purificação e cura do desejo. Somos peregrinos para a pátria celeste, para aquele bem pleno, eterno, que nada nos poderá arrebatar (che nulla ci potrà più strappare). Não se trata, portanto, de sufocar o desejo que está no coração do homem, mas de libertá-lo, para que possa alcançar a sua verdadeira altura. Quando no desejo se abre a janela para Deus, isto já é sinal da presença da fé na alma, fé que é uma graça de Deus. Santo Agostinho sempre afirmava: “Com a expectativa, Deus fortalece a nossa vontade, com o desejo amplia a nossa alma e expandindo-o o torna mais capaz” (Comentário à Primeira Carta de João, 4,6: PL 35, 2009).

Nesta peregrinação, sejamos irmãos de todos os homens, companheiros de viagem mesmo daqueles que não creem, de quem está em busca, de quem se deixa interrogar com sinceridade pelo dinamismo do próprio desejo de verdade e de bem. Rezemos, neste Ano da Fé, para que Deus mostre a sua face a todos aqueles que o procuram com coração sincero. Obrigado.

Catequese de Bento XVI - A fé da Igreja - 31/10/2012


Quarta-feira, 31 de outubro de 2012, 13h34


Boletim da Santa Sé
(Tradução: Jéssica Marçal e Thaysi Santos - equipe CN Notícias)



CATEQUESE
Praça São Pedro
Quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Queridos irmãos e irmãs,

Continuamos no nosso caminho de meditação sobre a fé católica. Na semana passada mostrei como a fé é um dom, porque Deus que toma a iniciativa e vem ao nosso encontro; e assim a fé é uma resposta com a qual nós O acolhemos como fundamento estável da nossa vida. É um dom que transforma a existência, porque nos faz entrar na mesma visão de Jesus, o qual opera em nós e nos abre ao amor através de Deus e dos outros.

Hoje gostaria de dar um outro passo na nossa reflexão, partindo, uma vez mais, de algumas perguntas: a fé tem um caráter somente pessoal, individual? Interessa somente a minha pessoa? Vivo a minha fé sozinho? Certo, o ato de fé é um ato eminentemente pessoal, que vem do íntimo mais profundo e que sinaliza uma troca de direções, uma conversão pessoal: é a minha existência que recebe um ponto de viragem, uma orientação nova. Na Liturgia do Batismo, no momento das promessas, o celebrante pede para manifestar a fé católica e formula três perguntas: crês em Deus Pai onipotente? Crês em Jesus Cristo seu único Filho? Crês no Espírito Santo? Antigamente, estas perguntas eram voltadas pessoalmente àqueles quem iam receber o Batismo, antes que se imergisse por três vezes na água. E também hoje a resposta está no singular: Creio. Mas este meu crer não é resultado de uma reflexão minha, solitária, não é o produto de um pensamento meu, mas é fruto de uma relação, de um diálogo, no qual tem um escutar, um receber e um responder; é o comunicar com Jesus que me faz sair do meu “eu” fechado em mim mesmo para abrir-me ao amor de Deus Pai. É como um renascimento no qual me descubro unido não somente a Jesus, mas também a todos aqueles que caminharam e caminham na mesma via; e este novo nascimento, que inicia com o Batismo, continua por todo o percurso da existência. Não posso construir a minha fé pessoal em um diálogo privado com Jesus, porque a fé é doada a mim por Deus através de uma comunidade crente que é a Igreja e me insere assim na multidão dos crentes em uma comunhão que não é só social, mas enraizada no amor eterno de Deus, que em Si mesmo é comunhão do Pai, do Filho e do Espírito Santo, é Amor trinitário. A nossa fé é verdadeiramente pessoal, somente se é também comunitária: pode ser a minha fé somente se vive e se move no “nós” da Igreja, só se é a nossa fé, a fé comum da única Igreja.

Aos domingos, na Santa Missa, recitando o “Credo”, nós nos expressamos em primeira pessoa, mas confessamos comunitariamente a única fé da Igreja. Aquele “credo” pronunciado singularmente nos une àquele de um imenso coro no tempo e no espaço, no qual cada um contribui, por assim dizer, a uma polifonia harmoniosa na fé. O Catecismo da Igreja Católica resume claramente assim: “‘Crer’ é um ato eclesial. A fé da Igreja antecede, gera, apoia e nutre a nossa fé. A Igreja é Mãe de todos os crentes. ‘Ninguém pode dizer ter Deus como Pai se não tem a Igreja como Mãe’ [são Cipriano]” (n. 181). Também a fé nasce na Igreja, conduz a essa e vive nessa. É importante recordar isso. 

No início da aventura cristã, quando o Espírito Santo desce com poder sobre os discípulos, no dia de Pentecoste – como narram os Atos dos Apóstolos (cfr 2, 1-13) – a Igreja nascente recebe a força para atuar na missão confiada pelo Senhor Ressuscitado: difundir em cada lugar da terra o Evangelho, a boa notícia do Reino de Deus, e conduzir, assim, cada homem ao encontro com Ele, à fé que salva. Os Apóstolos superam todo o medo ao proclamar isso que tinha ouvido, visto e experimentado na pessoa de Jesus. Pelo poder do Espírito Santo, começam a falar em línguas novas, anunciando abertamente o mistério do qual foram testemunhas. Nos Atos dos Apóstolos nos vem dito o grande discurso que Pedro pronuncia propriamente no dia de Pentecoste. Ele parte de uma passagem do profeta Joel (3, 1-5), referindo-se a Jesus, e proclamando o núcleo central da fé cristã: Ele que tinha beneficiado todos, que tinha sido creditado por Deus com milagres e grandes sinais, foi crucificado e morto, mas Deus o ressuscitou dos mortos, constituindo-lhe Senhor e Cristo. Com Ele entramos na salvação definitiva anunciada pelos profetas e quem invocar o seu nome será salvo (cfr At 2,17-24). Ouvindo estas palavras de Pedro, muitos se sentem pessoalmente desafiados, se arrependem de seus pecados e são batizados recebendo o dom do Espírito Santo (cfr At 2, 37-41). Assim começa o caminho da Igreja, comunidade que leva este anúncio no tempo e no espaço, comunidade que é o Povo de Deus fundado na nova aliança graças ao sangue de Cristo e cujos membros não pertencem a um determinado grupo social ou étnico, mas são homens e mulheres provenientes de cada nação e cultura. É um povo “católico”, que fala línguas novas, universalmente aberto a acolher todos, além de todos os limites, quebrando todas as barreiras. Diz São Paulo: “Aqui não há grego ou judeu, circuncisão nem incircuncisão, bárbaro, cita, escravo, livre, mas Cristo é tudo em todos” (Col 3,11).

A Igreja, portanto, desde o início é o lugar da fé, o lugar da transmissão da fé, o lugar onde, pelo Batismo, se é imerso no Mistério Pascal da Morte e Ressurreição de Cristo, que nos liberta da escravidão do pecado, nos doa a liberdade de filhos e nos introduz da comunhão com o Deus Trinitário. Ao mesmo tempo, estamos imersos na comunhão com os outros irmãos e irmãs de fé, com todo o Corpo de Cristo, retirados do nosso isolamento. O Concílio Ecumênico Vaticano II o recorda: “Deus quis salvar e santificar os homens não individualmente e sem qualquer ligação entre eles, mas quis constituir deles um povo, que o reconhecesse na verdade e fielmente O servisse” (Cost. dogm. Lumen gentium, 9). Ao lembrar a liturgia do Batismo, notamos que, na conclusão das promessas em que expressamos a renúncia ao mal e repetimos “creio” na verdade da fé, o celebrante declara: “Esta é a nossa fé, esta é a fé da Igreja e nós nos glorificamos de professá-la em Cristo Jesus Nosso Senhor”. A fé é virtude teologal, doada por Deus, mas transmitida pela Igreja ao longo da história. O próprio São Paulo, escrevendo aos Coríntios, afirma ter comunicado a eles o Evangelho que por sua vez também ele tinha recebido (cfr 1 Cor 15,3).

Há uma cadeia ininterrupta de vida da Igreja, de anúncio da Palavra de Deus, de celebração dos sacramentos, que vem a nós e que chamamos de Tradição. Isso nos dá a garantia de que aquilo em que acreditamos é a mensagem original de Cristo, pregada pelos apóstolos. O núcleo do anúncio primordial é o evento da morte e ressurreição do Senhor, da qual brota toda a herança da fé. Diz o Concílio: "A pregação apostólica, que está expressa de modo especial nos livros inspirados, devia ser repassada com sucessão contínua até o fim dos tempos" (Constituição dogmática. Dei Verbum, 8).Deste modo, se a Bíblia contém a Palavra de Deus, a Tradição da Igreja a preserva e a transmite com fidelidade, para que os homens de cada época tenham acesso a seus vastos recursos e se enriqueçam com seus tesouros de graça. Assim, a Igreja, "em sua doutrina, em sua vida e em seu culto transmite a todas as gerações tudo o que ela é, tudo em que acredita" (ibid.).

Finalmente, gostaria de salientar que é na comunidade eclesial que a fé pessoal cresce e amadurece. É interessante notar que no Novo Testamento, a palavra "santos" se refere a cristãos como um todo e, certamente, nem todo mundo tinha as qualidades para ser declarado santo pela Igreja. O que se queria indicar, então, por este termo? O fato de que aqueles que viviam a fé no Cristo ressuscitado eram chamados a se tornar um ponto de referência para todos os outros, colocando-os em contato com a Pessoa e a Mensagem de Jesus, que revela o rosto do Deus vivo. E isso vale também para nós: um cristão que se deixa guiar e plasmar pouco a pouco pela fé da Igreja, apesar de suas fraquezas, suas limitações e suas dificuldades, torna-se como uma janela aberta à luz do Deus vivo, que recebe essa luz e a transmite ao mundo. O Beato João Paulo II, na Encíclica Redemptoris missio, afirmava que "a missão renova a Igreja, revigora a fé e a identidade cristã, dá novo entusiasmo e novas motivações. A fé se fortalece se doando. "(n. 2).

A tendência, hoje generalizada, de relegar a fé ao âmbito privado, portanto, contradiz a sua própria natureza. Nós precisamos da Igreja para confirmar a nossa fé e experimentar os dons de Deus: a Sua Palavra, os sacramentos, o apoio da graça e o testemunho do amor. Assim, o nosso "eu" no "nós" da Igreja será capaz de se perceber, ao mesmo tempo, destinatário e protagonista de um evento que o supera: a experiência da comunhão com Deus, que estabelece a comunhão entre as pessoas. Em um mundo em que o individualismo parece regular as relações entre as pessoas, tornando-as sempre mais frágeis, a fé nos chama a ser povo de Deus, a ser Igreja, portadores do amor e da comunhão de Deus para todo gênero humano. (ver Constituição Pastoral. Gaudium et spes, 1). Obrigado por sua atenção.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Catequese de Bento XVI - Fé cristã - 17/10/2012

Amigos e amigas.

O Papa inicia hoje - parando por esse período as catequeses sobre a oração - um novo ciclo de catequeses voltadas para o Ano da Fé.

Abaixo a primeira catequese desse novo ciclo de catequeses sobre a !

Boa leitura.
Marcelo.

Quarta-feira, 17 de outubro de 2012, 12h10

Catequese de Bento XVI - Fé cristã - 17/10/2012

Boletim da Santa Sé
(Tradução: Jéssica Marçal-equipe CN Notícias)



CATEQUESE
Praça São Pedro - Vaticano
Quarta-feira, 17 de outubro de 2012


Queridos irmãos e irmãs,

Hoje gostaria de introduzir o novo ciclo de catequeses, que se desenvolve durante todo o Ano da Fé há pouco iniciado e que interrompe – por este período – o ciclo dedicado à escola da oração. Com a Carta apostólica Porta Fidei, convoquei este Ano especial, para que a Igreja renove o entusiasmo de crer em Jesus Cristo, único salvador do mundo, reaviva a alegria de caminhar sobre a via que nos indicou, e testemunhe de modo concreto a força transformadora da fé.

A ocorrência dos cinquenta anos de abertura do Concílio Vaticano II é uma ocasião importante para retornar a Deus, para aprofundar e viver com maior coragem a própria fé, para fortalecer a adesão da Igreja, “mestra da humanidade”, que através do anúncio da Palavra, a celebração dos Sacramentos e as obras de caridade nos guia a encontrar e conhecer Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem. Trata-se do encontro não com uma ideia ou com um projeto de vida, mas com uma Pessoa viva que transforma em profundidade nós mesmos, revelando-nos a nossa verdadeira identidade de filhos de Deus. O encontro com Cristo renova os nossos relacionamentos humanos, orientando-lhes, dia após dia, à maior solidariedade e fraternidade, na lógica do amor. Ter fé no Senhor não é um fato que interessa somente à nossa inteligência, a área do saber intelectual, mas é uma mudança que envolve a vida, todos nós mesmos: sentimento, coração, inteligência, vontade, corporeidade, emoções, razões humanas.Com a fé muda verdadeiramente tudo em nós e para nós, e se revela com clareza o nosso destino futuro, a verdade da nossa vocação dentro da história, o sentido da vida, o gosto de ser peregrino para a Pátria celeste.

Mas – nos perguntamos – a fé é verdadeiramente a força transformadora na nossa vida, na minha vida? Ou é só um dos elementos que fazem parte da existência, sem ser aquele determinante que a envolve totalmente? Com as catequeses deste Ano da Fé, gostaríamos de fazer um caminho para fortalecer o voltar à alegria da fé, compreendendo que essa não é algo estranho, separado da vida cotidiana, mas é a alma. A fé em um Deus que é amor, e que se fez próximo ao homem encarnando-se e doando-se a si próprio na cruz para salvar-nos e reabrir-nos as portas do Céu, indica de modo luminoso que somente o amor é a plenitude do homem.  Hoje é necessário repeti-lo com clareza, enquanto as transformações culturais em ocorrência mostram sempre tantas formas de barbáries, que passam sobre o sinal de “conquistas da civilização”: a fé afirma que não há uma verdadeira humanidade se não nos lugares, nos gestos, nos tempos e nas formas em que o homem é animado pelo amor que vem de Deus, exprime-se como dom, manifesta-se em relações ricas de amor, de compaixão, de atenção e de serviço desinteressado para o outro. Onde há domínio, possessão, mercantilização, exploração do outro para o próprio egoísmo, onde tem arrogância do eu fechado em si mesmo, o homem está empobrecido, degradado, desfigurado. A fé cristã, operante na caridade e forte na esperança, não limita, mas humaniza a vida, de fato a torna plenamente humana. 

A fé é acolher esta mensagem transformadora na nossa vida, é acolher a revelação de Deus, que nos faz conhecer quem Ele é, como atua, quais são os seus projetos para nós. Certo, o mistério de Deus está sempre para além dos nossos conceitos e da nossa razão, dos nossos ritos e da nossa oração. Contudo, com a revelação é sempre Deus que se autocomunica, que se diz, torna-se acessível. E nós somos feitos capazes de escutar a sua Palavra e de receber a sua verdade. Eis então a maravilha da fé: Deus, no seu amor, cria em nós – por meio da obra do Espírito Santo – as condições adequadas para que possamos reconhecer a sua Palavra. Deus mesmo, na sua vontade de manifestar-se, de entrar em contato conosco, de fazer-se presente na nossa história, nos torna capazes de escutá-Lo e de acolhê-Lo. São Paulo o exprime com alegria e reconhecimento assim: “Agradeçamos a Deus continuamente, porque, tendo recebido de nós as palavras divinas da pregação, a recebestes não como palavra dos homens, mas, como realmente é, aquela palavra de Deus, que opera em vós que credes” (1 Ts 2,13).

Deus se revelou com palavras e obras em toda uma longa história de amizade com o homem, que culmina na Encarnação do Filho de Deus e no seu Mistério de Morte e Ressurreição. Deus não só se revelou na história de um povo, não só falou por meio dos Profetas, mas cruzou seu Céu para entrar na terra dos homens como homem, para que possamos encontrá-Lo e escutá-Lo. E de Jerusalém o anúncio do Evangelho da salvação se difundiu até os confins da terra. A Igreja, nascida ao lado de Cristo, tornou-se portadora de uma nova sólida esperança: Jesus de Nazaré, crucificado e ressuscitado, salvador do mundo, que está à direita do Pai e é juiz dos vivos e dos mortos. Este é o querigma, o anúncio central e disruptivo da fé. Mas desde o início colocou-se o problema da “regra da fé”, ou seja, da fidelidade dos crentes à verdade do Evangelho, na qual permanecerem firmes, à verdade salvadora sobre Deus e sobre o homem que deve ser guardada e transmitida. São Paulo escreve: “Sereis salvos, se o conservardes [o evangelho] como vo-lo anunciei. Caso contrário, vós teríeis acreditado em vão” (1 Cor 15,2).

Mas onde encontramos a fórmula essencial da fé? Onde encontramos a verdade que nos foi fielmente transmitida e que constitui a luz para a nossa vida cotidiana? A resposta é simples: no Credo, na Profissão de Fé o Símbolo da fé, nós nos reportamos ao evento originário da Pessoa e da História de Jesus de Nazaré; torna-se concreto aquilo que o Apóstolo dos gentios dizia aos cristãos de Corinto: “Vos transmiti, antes de tudo, aquilo que eu também recebi: que Cristo morreu por nossos pecados segundo as Escrituras, foi sepultado e ressurgiu ao terceiro dia” (1 Cor 15,3).

Também hoje precisamos que o Credo seja melhor conhecido, compreendido e pregado. Sobretudo é importante que o Credo seja, por assim dizer, “reconhecido”. Conhecer, de fato, poderia ser uma operação somente intelectual, enquanto “reconhecer” quer significar a necessidade de descobrir a ligação profunda entre a verdade que professamos no Credo e a nossa existência cotidiana, para que esta verdade seja verdadeiramente e concretamente – como sempre foi – luz para os passos do nosso viver, água que irriga o calor do nosso caminho, vida que vence certos desertos da vida contemporânea.  No Credo se enxerta a vida moral do cristão, que nesse encontra o seu fundamento e a sua justificativa. 

Não é por acaso que o Beato João Paulo II quis que o Catecismo da Igreja Católica, norma segura para o ensinamento da fé e fonte certa para uma catequese renovada, fosse baseado no Credo. Tratou-se de confirmar e guardar este núcleo central da verdade da fé, tornando-o uma linguagem mais compreensível aos homens do nosso tempo, a nós. É um dever da Igreja transmitir a fé, comunicar o Evangelho, a fim de que a verdade cristã seja luz nas novas transformações culturais, e os cristãos sejam capazes de dar razões da esperança que portam (cfr 1 Pt 3,14). Hoje vivemos em uma sociedade profundamente alterada mesmo comparada a um passado recente, e em constante movimento. Os processos da secularização e de uma mentalidade niilista generalizada, em que tudo é relativo, impactaram fortemente a mentalidade comum. Assim, a vida é vista sempre com leveza, sem ideais claros e esperanças sólidas, dentro das ligações sociais e familiares líquidas, provisórias. Sobretudo as novas gerações não vêm educadas para a busca da verdade e do sentido profundo da existência que supera o contingente, da sensibilidade dos afetos, da fidelidade. Ao contrário, o relativismo leva a não ter pontos fixos, suspeita e volatilidade causam inconstâncias nas relações humanas, enquanto a vida é vista dentro de experiências que duram pouco, sem assumir responsabilidades. Se o individualismo e o relativismo parecem dominar a alma de muitos contemporâneos, não de pode dizer que os crentes estão totalmente imunes deste perigo, com o qual somos confrontados na transmissão da fé. A pesquisa promovida em todos os continentes para a celebração do Sínodo dos Bispos sobre a Nova Evangelização evidenciou alguns: uma fé vista de modo passivo e privado, a recusa da educação na fé, o rompimento entre a vida e a fé

O próprio cristão não conhece nem sequer o núcleo central da própria fé católica, do Credo, de modo a deixar espaço a um certo sincretismo e relativismo religioso, sem clareza sobre a verdade de crer e da singularidade salvífica do cristianismo. Não está tão longe hoje o risco de construir, por assim dizer, uma religião “faça você mesmo”. Devemos, em vez disso, voltar a Deus, ao Deus de Jesus Cristo, devemos redescobrir a mensagem do Evangelho, fazê-lo entrar de modo mais profundo nas nossas consciências e na vida cotidiana. 

Nas catequeses deste Ano da Fé gostaria de oferecer uma ajuda para fazer este caminho, para retomar e aprofundar a verdade central da fé em Deus, no homem, na Igreja, em toda a realidade social e cósmica, meditando e refletindo sobre as afirmações do Credo. E gostaria que ficasse claro que este conteúdo ou verdade da fé (fides quae) se conectam diretamente às nossas vidas; pedem uma conversão da existência, que dá origem a um novo modo de crer em Deus (fides qua). Conhecer Deus, encontrá-Lo, aprofundar as linhas de sua face põe em jogo a nossa vida, porque Ele entra nos dinamismos profundos do ser humano.

Possa o caminho que iremos fazer neste ano fazer-nos crescer todos na fé e no amor a Cristo, para que aprendamos a viver, na escolha e nas ações cotidianas, a vida boa e bela do Evangelho. Obrigado.

domingo, 14 de outubro de 2012

A RIQUEZA DA IGREJA.


Muito se fala sobre a riqueza da Igreja, o ouro do Vaticano, etc.
A Igreja, sendo, também, uma Instituição humana, incumbida por Jesus para levar a salvação a todos os homens, precisa evidentemente de um “corpo material”, sem o que não pode cumprir a sua missão em toda a terra.
A palavra Católica quer dizer universal. Qualquer instituição que esteja em várias nações precisa de meios materiais para isto. O Papa é o único chefe de Estado que tem filhos em todos os cantos da Terra, falando todas as línguas. No último Concílio, o do Vaticano II, o Papa João XXIII reuniu cerca de 2600 de todas as nações, no Vaticano, durante 3 anos…   Que chefe de Estado faz isto?
Desde 1870, quando a guerra de unificação da Itália tomou, à força, as terras da Igreja, até o fim da chamada Questão Romana (11/02/1929), os Papas se consideraram prisioneiros no Vaticano, por cerca de 60 anos. Esse período foi de relacionamento difícil entre a Igreja e o governo Italiano.
Apesar de toda a pressão contrária, os Papas desses 60 anos, Pio IX (1846-1878), Leão XIII (1878-1903), São Pio X (1903-1914), Bento XV(1914-1922) e Pio XI (1922-1939), julgaram que não podiam abrir mão da soberania territorial da Igreja em relação às demais nações, com direito a um território próprio, ainda que muito pequeno, a fim de que tivesse condições de cumprir a missão que Cristo lhe deu.
Benito Mussolini, o chefe do Governo italiano, em 1929, percebeu a grande conveniência política de conciliar a ltália com o Vaticano. As negociações levaram dois anos e meio, terminando com a assinatura do Tratado do Latrão aos 11/02/1929, que encerrava sessenta anos de disputas entre o Vaticano e o governo da Itália.
A cidade do Vaticano, geograficamente situada dentro de Roma, é mínima territorialmente. Quando começou a discussão da Questão Romana, muitos diziam que em caso da restauração da soberania temporal da Igreja, ela deveria ter apenas um Estado do tamanho da República de São Marinho (60,57 Km2); ora, o Estado Pontifício renasceu com apenas 0,44 Km2 que tem hoje o Vaticano. Esse território é apenas uma carcaça, um pequeno corpo, onde a alma da Igreja possa viver.
Os objetos contidos no Museu do Vaticano foram, em grande parte, doados aos Papas por cristãos honestos e fiéis, e pertencem ao patrimônio da humanidade; os Papas não vêem motivo para não conservar esse acervo cultural muito importante. Não é a pura venda desses objetos, de muito valor para  todos os cristãos, que resolveria o problema da miséria do mundo. Será que a rainha da Inglaterra aceitaria vender o museu de Londres, ou o presidente da França vender o Louvre?…
Não há motivo, portanto, para se falar, maldosamente, da “riqueza do Vaticano”. Podemos até dizer que a Igreja foi rica no passado, antes de 1870, mas hoje não.
Qualquer chefe de Estado de qualquer pequeno país tem à sua disposição, no mínimo um avião. Nem isso o Papa tem.
É inegável, que a Igreja cresceu em espiritualidade depois que perdeu o grande poder temporal que o Estado Pontifício antigo lhe dava. Os últimos papas, a partir de 1870, foram homens santos, que entregaram a vida pela Igreja, sem limites. Pio IX (Beato), Leão XIII, S. Pio X, Bento XV, Pio XI, Pio XII, João XXIII (Beato), Paulo VI, João Paulo I e João Paulo II, foram grandes homens, exemplos para o mundo todo.
O Vaticano tem  um órgão encarregado da caridade do Papa, o Cor Unum. No final de cada ano é publicada no jornal do Vaticano, o L’Osservatore Romano, a longa lista de doações que o Papa faz a todas as nações do mundo, inclusive o Brasil, especialmente para vencer as flagelações da seca, fome, terremotos, etc. É uma longa lista de doações que o Papa faz com o chamado óbulo de São Pedro, arrecadado dos fiéis católicos do mundo todo.
A Igreja Católica nesses dois mil anos sempre fez e fomentou a caridade. Muitos hospitais, sanatórios, leprosários, asilos, albergues, etc., são e foram mantidos pela Igreja em todo o mundo. Quantos santos e santas, freiras e sacerdotes, leigos e leigas, passaram a sua vida fazendo a caridade… Basta lembrar aqui alguns nomes: São Vicente de Paulo, D. Bosco, São Camilo de Lelis, Madre Teresa de Calcutá…  a lista é enorme!

E os bens da Santa Sé?

A Santa Sé, além do território de 0,44 Km quadrados, correspondente ao Estado do Vaticano, possui dois tipos de bens imóveis em Roma: 1 – as que gozam de estatuto próprio definido pelo Tratado de Latrão, em 1929; e 2 – as que estão sujeitas ao Estado italiano para fins de impostos e taxas.
Isto é o que restou de todo o antigo Estado Pontifício que cobria boa parte da Itália. Sem isto os orgãos da Igreja não têm como funcionar.
Mas a Igreja é muito rica sim, espiritulamente. Na verdade ela é rica desde a sua origem, porque o seu Criador é o próprio Deus; é Dele que vem toda a sua riqueza. Ela é o próprio Corpo de Cristo (1Cor 12,27). Ela é rica também, porque é a “Igreja dos Santos”, como disse George Bernanos. Os Santos são a sua grande riqueza, como que reprodução do próprio Cristo.
Ela é a Igreja de Pedro de Cafarnaum, que deixou as redes para seguir o Senhor e morreu de cabeça para baixo, sob Nero, por amor a ela; é a Igreja de Paulo de Tarso, que rodou o mundo até Roma, para ali ser martirizado por ela.
Ela é a Igreja dos Santos Apóstolos, revestidos do próprio Cristo, um a um martirizados pela sua fidelidade ao Senhor… Ela é a Igreja dos Santos Inocentes que, ainda na tenra  idade, derramaram o seu sangue inocente pelo menino Deus… Ela é a rica Igreja dos Santos Padres: Agostinho de Hipona, que enfrentou o pelagianismo, o arianismo e o maniqueísmo;  Atanásio, que enfrentou o arianismo; Irineu, que enfrentou o gnosticismo; Inácio de Antioquia, que enfrentou os leões; Policarpo de Esmirna, que enfrentou a fogueira,…Tomás de Aquino, que escreveu a Suma-Teológica e transformou a Filosofia;  Teresa D’Avila e João da Cruz, que reformaram os Carmelos masculino e feminino;  Jerônimo, que traduziu a Bíblia para o latim; Basílio,  Gregório de Nissa, Gregório de Nazianzo, Afonso de Ligório, Francisco de Assis, João Bosco, e tantos outros que mudaram a face da terra…
Sim, é uma Igreja riquíssima!  Ela é a Igreja daqueles que, de tanto amor por ela, derramaram o seu sangue nas arenas romanas, nas espadas dos imperadores, nos cárceres comunistas e nazistas… Pedro, Paulo, Tiago,… Inácio de Antioquia, Policarpo, Sebastião, Perpétua, Felicidade, Cecília,… Maximiliano Kolbe,… e tantos outros gigantes que fizeram do seu sangue “a semente de novos cristãos” (Tertuliano, †220).
Ela é a Igreja das belas ordens religiosas de Bento, Domingos, Agostinho, Benedito, Francisco, Inácio de Loyola, Camilo de Lélis, D.Bosco …
Ela é a Igreja das Santas Virgens: Maria, Ana, Inez, Cecília, Luzia, Teresinha, Mazzarello, Clara de Assis,… que formam um verdadeiro exército de Esposas do Senhor.
Sim, é uma Igreja riquíssima !
Além de ser a rica Igreja dos Santos, dos Profetas, dos Mártires, dos Apóstolos, das Virgens, dos Confessores… é também a Igreja dos Papas. É a Igreja de João Paulo I com o seu sorriso inesquecível; de João XXIII, do Concílio Vaticano II, de Paulo VI com o seu apaixonado amor à Igreja; de Gregório, que a posteridade chamou de Magno, e que criou o canto que recebeu o seu nome.
Ela é a grande e rica Igreja de Leão Magno, detendo as grandes heresias às portas da Igreja,  enfrentando os bárbaros Átila e Genserico às portas de Roma. É a Casa de Pedro, que é o princípio de tudo e a Pedra sobre a qual os outros se sucederam. É a Igreja dessa cadeia viva e ininterrupta de 265 Pontífices, o “doce Cristo na Terra”, como dizia S. Catarina de Sena.
Todos os Santos se inclinaram diante do Papa, e nenhum foi nada sem ele. Paulo, o apóstolo dos gentios, foi ao encontro de Pedro; Francisco, o enamorado da Pobreza, ajoelhou-se diante de Inocêncio III; Teresinha suplicou a Leão XIII que a deixasse entrar no Carmelo aos quinze anos …
Que outra Igreja teve um Pio IX que proclamou Maria Imaculada; e José, Padroeiro Universal da Igreja? Que outra Igreja tem um João Paulo II, filho de operário, operário, ator de teatro, esquiador, sacerdote, poliglota, bispo, diplomata, cardeal – Cardeal da Igreja do Silêncio e da Polônia Mártir?
A Igreja é riquíssima, de fato, pois é a Igreja dos Santos e dos Papas.
É a Igreja dos Sacramentos que o Senhor derramou do seu Coração ferido pela lança no alto da Cruz. É a Igreja da salvação universal de todos os homens… É a barca de Pedro que salva do dilúvio do pecado!
Esta é a verdadeira fortuna da Igreja, acumulada no sangue dos Mártires, na fidelidade dos Confessores, na riqueza dos Padres, no discernimento dos Doutores, na pureza das Virgens, no sangue dos Inocentes, na palavra dos Apóstolos e Profetas, no zelo dos Patriarcas, na lei dos Profetas e na infalibilidade dos Papas.  Sim, é riquíssima!…
DO LIVRO: PORQUE SOU CATÓLICO
PROF FELIPE AQUINO -www.cleofas.com.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Exemplos de fé que marcaram estes dois mil anos da nossa história de salvação.

Pela fé, Maria acolheu a palavra do Anjo e acreditou no anúncio de que seria Mãe de Deus na obediência da sua dedicação (cf. Lc 1, 38). Ao visitar Isabel, elevou o seu cântico de louvor ao Altíssimo pelas maravilhas que realizava em quantos a Ele se confiavam (cf. Lc 1, 46-55). Com alegria e trepidação, deu à luz o seu Filho unigênito, mantendo intacta a sua virgindade (cf. Lc 2, 6-7). Confiando em José, seu Esposo, levou Jesus para o Egito a fim de O salvar da perseguição de Herodes (cf. Mt 2, 13-15). 

Com a mesma fé, seguiu o Senhor na sua pregação e permaneceu a seu lado mesmo no Gólgota (cf. Jo 19, 25-27). 

Com fé, Maria saboreou os frutos da ressurreição de Jesus e, conservando no coração a memória de tudo (cf. Lc 2, 19.51), transmitiu-a aos Doze reunidos com Ela no Cenáculo para receberem o Espírito Santo (cf. Act 1, 14; 2, 1-4).

Pela fé, os Apóstolos deixaram tudo para seguir o Mestre (cf. Mc 10, 28). Acreditaram nas palavras com que Ele anunciava o Reino de Deus presente e realizado na sua Pessoa (cf. Lc 11, 20). Viveram em comunhão de vida com Jesus, que os instruía com a sua doutrina, deixando-lhes uma nova regra de vida pela qual haveriam de ser reconhecidos como seus discípulos depois da morte d’Ele (cf. Jo 13, 34-35). 

Pela fé, foram pelo mundo inteiro, obedecendo ao mandato de levar o Evangelho a toda a criatura (cf. Mc 16, 15) e, sem temor algum, anunciaram a todos a alegria da ressurreição, de que foram fiéis testemunhas.

Pela fé, os discípulos formaram a primeira comunidade reunida à volta do ensino dos Apóstolos, na oração, na celebração da Eucaristia, pondo em comum aquilo que possuíam para acudir às necessidades dos irmãos (cf. Act 2, 42-47).

Pela fé, os mártires deram a sua vida para testemunhar a verdade do Evangelho que os transformara, tornando-os capazes de chegar até ao dom maior do amor com o perdão dos seus próprios perseguidores.

Pela fé, homens e mulheres consagraram a sua vida a Cristo, deixando tudo para viver em simplicidade evangélica a obediência, a pobreza e a castidade, sinais concretos de quem aguarda o Senhor, que não tarda a vir. Pela fé, muitos cristãos se fizeram promotores de uma acção em prol da justiça, para tornar palpável a palavra do Senhor, que veio anunciar a libertação da opressão e um ano de graça para todos (cf. Lc 4, 18-19).

Pela fé, no decurso dos séculos, homens e mulheres de todas as idades, cujo nome está escrito no Livro da vida (cf. Ap7, 9; 13, 8), confessaram a beleza de seguir o Senhor Jesus nos lugares onde eram chamados a dar testemunho do seu ser cristão: na família, na profissão, na vida pública, no exercício dos carismas e ministérios a que foram chamados.

Pela fé, vivemos também nós, reconhecendo o Senhor Jesus vivo e presente na nossa vida e na história.



Fonte: PORTA FIDEI

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

DOENTES DE EGOCENTRISMO.

Amigos e amigas.
Compartilho aqui uma matéria - da revista O Mensageiro de Outubro de 2012 - muito especial!
Muito especial pois contem uma informação fundamental para nossa existência: qual é a nossa essência!
Leiam com calma: pode transformar a tua existência!





Coloco aqui também uma frase de João Paulo II que complementa o conteúdo desse artigo:

“O homem não pode viver sem amor. Ele permanece para si próprio um ser incompreensível e a sua vida é destituída de sentido se não lhe for revelado o amor, se ele não se encontra com o amor, se não o     experimenta e se não o torna algo seu próprio, se nele não participa vivamente. E por isto precisamente Cristo Redentor, (...) revela plenamente o homem ao próprio homem.” (João Paulo II, Redemptor Hominis n. 10)

Abraços!

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

ATENÇÃO: Reforma do Código Penal pretende esmagar o que resta de valores cristãos.


O rolo compressor do Projeto Sarney(Reforma do Código Penal pretende esmagar o que resta de valores cristãos)
Em 27 de junho de 2012, uma Comissão de Juristas entregou ao presidente do Senado, José Sarney, o anteprojeto de reforma do Código Penal. Seria de se esperar, que o texto fosse submetido à apreciação da sociedade para receber críticas e sugestões[1]. Isso, porém, não ocorreu. Em 9 de julho de 2012, apenas 11 dias depois, o Senador José Sarney subscreveu o anteprojeto convertendo-o em projeto de lei: o PLS 236/2012. Ao assinar o projeto, Sarney agiu de modo semelhante a Pilatos. Declarou-se, “por uma questão de consciência e religião”, contrário à eutanásia, ao aborto, ao porte de drogas e seu plantio para uso, mas não retirou nada disso do texto que subscreveu. Lavou as mãos, disse que era inocente do sangue de Cristo, mas decretou a sentença injusta. Favoreceu a presidente Dilma que, embora favorável ao aborto, havia prometido na campanha eleitoral não enviar ao Congresso qualquer proposta abortista.
O anteprojeto – agora convertido em projeto – foi muito mais audacioso que o de 1998. Pretendeu reformar não só a parte especial do Código Penal, mas também a parte geral e a imensa legislação penal extravagante. E tudo isso no curto prazo de seis meses![2] O resultado foi um conjunto de 544 artigos cheios de falhas graves.

Animais e pessoas
Segundo a linha ideológica do PLS 236/2012, o ser humano vale menos que os animais. A omissão de socorro a uma pessoa (art. 132) é punida com prisão, de um a seis meses, ou multa. A omissão de socorro a um animal (art. 394) é punida com prisão, de um a quatro anos. Conduzir um veículo sem habilitação, pondo em risco a segurança de pessoas (art. 204) é conduta punida com prisão, deum a dois anos. Transportar um animal em condições inadequadas, pondo em risco sua saúde ou integridade física (art. 392), é conduta punida com prisão, de um a quatro anos. Os ovos, larvas ou espécimes da fauna silvestre não podem ser vendidos, adquiridos, transportados nem guardados, sob pena de prisão, de dois a quatro anos (art. 388, §1º, III). Os embriões humanos, porém, podem ser comercializados, submetidos à engenharia genética ou clonados sem qualquer sanção penal, uma vez que ficam revogados (art. 544) os artigos 24 a 29 de Lei de Biossegurança (Lei 11.101/2005).

Terrorismo e invasão de terras
O terrorismo é criminalizado (art. 239). Mas as condutas descritas (sequestrar, incendiar, saquear, depredar, explodir...) deixam de constituir crime de terrorismo se “movidas por propósitos sociais ou reivindicatórios” (art. 239, §7º). Os invasores de terra são favorecidos, uma vez que “a simples inversão da posse do bem não caracteriza, por si só, a consumação do delito” (art. 24, parágrafo único).

Prostituição infantil
Atualmente comete estupro de vulnerável quem pratica conjunção carnal com menor de 14 anos (art. 217-A, CP). O projeto baixa a idade: só considera vulnerável a pessoa que tenha “até doze anos”. Isso vale para o estupro de vulnerável (art. 186), manipulação ou introdução de objetos em vulnerável (art. 187) e molestamento sexual de vulnerável (art. 188). Deixa de ser crime manter casa de prostituição (art. 229, CP) ou tirar proveito da prostituição alheia (art. 230, CP). Quanto ao favorecimento da prostituição ou da exploração sexual de vulnerável, a redação é ainda mais assustadora: só será crime se a vítima for “menor de doze anos” (art. 189). Deixa de ser crime, portanto, a exploração sexual de crianças a partir de doze anos.

Drogas
Quanto às drogas, somente o tráfico permanece crime (art. 212). Deixa de ser crime o consumo pessoal de drogas (art. 212, § 2º). Presume-se que a quantidade de droga apreendida destina-se a uso pessoal quando ela é suficiente para o consumo por cinco dias (art. 212, § 4º).

Aborto
Quanto ao aborto, o projeto reduz ainda mais as penas já tão reduzidas. O aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento, atualmente punido com detenção de um a três anos, passa a ter pena de prisão de seis meses a dois anos (art. 125). O terceiro que provoca aborto com o consentimento da gestante, atualmente punido com reclusão de um a quatro anos, passa a sofrer pena de prisão de seis meses a dois anos (art. 126). Se o aborto for provocado sem o consentimento da gestante, o terceiro é punido com prisão, de quatro a dez anos (art. 127). Curiosamente, ele recebe um aumento de pena de um a dois terços se, “em consequência do aborto ou da tentativa de aborto, resultar má formação do feto sobrevivente” (art. 127,§1º). Esse parágrafo parece ter sido incluído para estimular o aborteiro a fazer abortos “bem feitos”, evitando que, por “descuido”, ele deixe a criança com vida e má formada.
As maiores mudanças, porém, estão no artigo 128. Ele deixa de começar por “não se pune o aborto” e passa a começar por “não há crime de aborto”. O que hoje são hipóteses de não aplicação da pena (escusas absolutórias) passa a ser hipóteses de exclusão do crime. E a lista é tremendamente alargada. Basta que haja risco à “saúde” (e não apenas à “vida”) da gestante (inciso I), que haja “violação da dignidade sexual” (inciso II), que a criança sofra anomalia grave, incluindo a anencefalia (inciso III) ou simplesmente que haja vontade da gestante de abortar (inciso IV). Neste último inciso o aborto é livre até a décima segunda semana (três meses). Basta que um médico ou psicólogo ateste que a gestante não tem condições “psicológicas” (!) de arcar com a maternidade.

Eutanásia e suicídio assistido
“Matar por piedade ou compaixão” (eutanásia) passa a ser um crime punível com prisão, de dois a quatro anos (art. 122), muito abaixo da pena prevista para o homicídio: prisão, de seis a vinte anos (art. 121). Porém, o juiz pode reduzir a pena da eutanásia a zero, avaliando, por exemplo, “os estreitos laços de afeição do agente com a vítima” (art. 122, § 1º). Também o auxílio ao suicídio, em tese punível com prisão, de dois a seis anos (art. 123), pode ter sua pena reduzida a zero, nos mesmos casos descritos para a eutanásia (art. 123, §2º).

Renúncia ao excesso terapêutico
O artigo 122, § 2º parece inspirado na doutrina, aceita pela Igreja, de que o paciente pode renunciar a tratamentosdesproporcionais aos resultados, que lhe dariam apenas um prolongamento penoso e precário da vida[3]. A redação, no entanto, é infeliz: fala em deixar de fazer uso de meios “artificiais” para manter a vida do paciente em caso de “doença grave e irreversível”. Ora, a medicina é uma arte e todos os seus meios são artificiais. Do modo como está escrito, o parágrafo pode encobrir verdadeiros casos de eutanásia por omissão de cuidados normais devidos ao doente.

Infanticídio indígena
Há tribos indígenas que costumam matar recém-nascidos quando estes, por algum motivo, são considerados uma maldição. De acordo com o projeto, tais crianças ficam sem proteção penal, desde que se comprove que o índio agiu “de acordo com os costumes, crenças e tradições de seu povo” (art. 36).

“Preconceito” de gênero
De todos os males contidos no projeto, o mais difícil de corrigir são as cláusulas onde foi inserida a ideologia de gênero, que considera o homossexualismo (e talvez também a pedofilia e a bestialidade) como uma legítima “opção” sexual ou “orientação” (ao invés de desorientação) sexual. O PLC 122/2006 (projeto anti-“homofobia”) da Senadora Marta Suplicy (PT/SP) foi todo inserido no PLS 236/2012. Está no alvo do projeto o bispo diocesano que não admite um homossexual no seminário ou que o afasta do seminário após descobrir sua conduta (art. 472, V), o dono de hotel que se recusa a hospedar um “casal” de homossexuais (art. 472, VI, a) e a mãe de família que demite a babá que cuida dos seus filhos após descobrir que ela é lésbica (art. 472, II). Poderá talvez ser acusado de “tortura” o pregador que, ao comentar um texto bíblico desfavorável ao homossexualismo, “constranger alguém” do auditório, causando-lhe sofrimento “mental” (art. 468, I, c). Segundo o projeto, tais condutas são motivadas por “preconceito” de “gênero”, “identidade ou orientação sexual”. São crimes imprescritíveis, inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia (art. 474 e 468, § 7º).
A perseguição religiosa está preparada e tende a ser violenta. No entanto, o motivo mais grave que nos deve levar a rejeitar tais cláusulas não está nas suas consequências práticas, mas nos princípios em que se baseiam. Toda pessoa, ainda que pratique condutas sexuais reprováveis, como a pedofilia, o estupro, o incesto, a bestialidade ou o homossexualismo, continua sendo pessoa. E é somente na qualidade de pessoa que ela tem direitos. A deformidade moral que a atinge não pode acrescentar-lhe direitos. Quem aceitaria que alguém, ao assassinar um pedófilo, recebesse, além da pena devida ao homicídio, uma pena extra por demonstrar “intolerância” ou “preconceito” contra a pedofilia? É justamente isso que pretende o projeto. Agravar a pena de todos os crimes, se eles forem praticados por “preconceito” de “orientação sexual e identidade de gênero” (art. 77, III, n). Essa inadmissível agravante genérica aparece também em crimes específicos, como o homicídio (art. 121, §1º, I), a lesão corporal (art. 129, § 7º, II), a injúria (art. 138, § 1º), o terrorismo (art. 239, III), o genocídio (art. 459), a tortura (art. 468, I, c) e o racismo (art. 472).
Deus se compadeça de nós.

Anápolis, 11 de setembro de 2012.
Pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz
Presidente do Pró-Vida de Anápolis
http://www.providaanapolis.org.br/index1.htm


[1] Assim aconteceu com o anteprojeto de Código Penal de 1998, que depois de publicado pelo Ministério da Justiça, ficou por um bom tempo sujeito às críticas da sociedade, inclusive dos Bispos. Porém, nunca chegou a tornar-se projeto de lei.
[2] Em 16/06/2011 o Senador Pedro Taques (PDT/MT) apresentou o Requerimento 756/2011 solicitando a criação de uma Comissão de Juristas para reformar o Código Penal no prazo de 180 dias. O requerimento foi aprovado pelo plenário em 10/08/2011. A Comissão começou a trabalhar em 18/10/2011.
[3] Cf. JOÃO PAULO II, Evangelium Vitae, n. 65.